O meu interesse pela bruxaria nasceu (ou renasceu) repentinamente depois de um magnífico livro que li (O Livro Completo de Bruxaria de Buckland). Esse livro despertou em mim um interesse gigantesco (e flamejante) pela grande arte e por fim, iniciei o ano dentro de um coven, como um bruxo, como um buscador dos mistérios da grande arte.
Para quem não conhece, não sabe, a bruxaria é uma religião. Uma religião que cultua a natureza em suas polaridades feminina e masculina. Bruxos não são maus (geralmente não) e não ficam fazendo feitiços e malvadezas a "torto e direito", até porque conhecemos muito bem a lei do retorno triplo, então não acredite em tudo quando você ouvir dizer por ai que bruxos são maus. Alguns podem até ser, mas o que vi dentro da bruxaria foi algo bem diferente disso. Vi gente que ama a natureza e respeita o divino em tudo o que existe, gente que adora dançar, que adora rir, que adora brincar e celebrar a vida. Só quem teve o privilégio de participar de uma fogueira sabe o que eu estou falando. Devo e agradeço muito o que aprendi e aprendo sobre a grande arte, pois afinal, sou um BRUXO e por tanto, amo e respeito tudo o que é vivo (e os seres inorgânicos também, :) ) mas como eu disse no primeiro post, a vida é feita de escolhas e em 2013 eu também comecei a frequentar um terreiro, ou melhor, um Templo de Umbanda Esotérica.
Para ser honesto, confesso que não me lembro muito bem o porquê e como fui parar lá em Cachoeirinha (uma cidade vizinha a cidade que eu moro) e porque comecei a frequentar a casa cujo a qual hoje faço parte da corrente, mas o que me lembro bem é que me sentia muito bem nos dias em que eu ia nas giras. Ia como consulente receber os meus passes e ouvir os sábios conselhos das entidades, que sempre de forma sutil, delicada e doce me diziam palavras que me deixavam a semana toda pensativo, reflexivo.
Ob: Antes de frequentar essa casa eu já tinha tido um contato com a Umbanda, através de um templo de uma grande amiga, irmã e mestra, que por motivos de logística e distância me impedia de ir todas as semanas até seu centro participar de suas giras, embora saliento é um lugar de muita luz a casa dessa irmã.
Participei também de uma casa mista, umbanda e nação, que muito sou agredecido pelo carinho e pelo respeito com o que sempre fui tratado lá, mas ainda não tinha me sentido tão bem como me sentia nessa casa em Cachoeirinha.
Essa casa, essa nova família, teve uma importância gigantesca na minha vida neste ano de 2013, desde a difícil escolha que tive que fazer entre ser membro de um coven, ou participar de uma corrente umbandista, pois sim, eu tive que escolher, pois as giras e os encontros no coven, aconteciam nos mesmos horários e dias, até os grandes desafios morais e pessoais que passei ao me tornar membro da casa, pois sim meus irmãos, se há algo que eu posso ser categórico em afirmar é que invariávelmente você vai se confrontar ao entrar de corpo e alma em uma religião, seja ela qual for, pois se a sua caminhada dentro desta religião for objetivando a melhora moral, o auto-conhecimento, a reforma íntima...você vai ter que se enfrentar mas cedo ou mais tarde e para mim os desafios foram logo na chegada, algo como que se quisseve me avaliar, me testar, do tipo: - Vamos ver o que esse moço aqui veio fazer, o que ele quer aqui.
Fui avaliado e testado nas questões morais mais íntimas, nos pilares básicos da minha psiquê, tive que mergulhar dentro de mim e buscar respostas, me entender, me conhecer, não foi e não é fácil, mas posso afirmar com absoluta certeza de que é muito gratificante e ao mesmo tempo assustador, pois sabe aquela máxima de que "quanto mais eu sei mais percebo que não sei ?", pois é !, é bem por ai, somos um grande e vasto micro-cosmos meus irmãos, ainda inexplorado por muitos, mas de portas abertas para todos para ser desbravado.
Essas mundanças todas que aconteceram são devidas a Umbanda ? são devidas a uma religião ? posso afirmar categoricamente que não, pois ninguém precisa de uma religião para ser uma pessoa melhor, precisa sim de coragem, de humildade e de vontade, mas sou obrigado a admitir que uma religão ajuda muito e a Umbanda, alicerçada nos pilares da caridade, da fraternidade e da humildade colabora muito com aqueles que possuem a sensibilidade e o coração aberto para perceber, para sentir.
Nesta nova familia que acabei entrando meio que sem querer e sem entender o porquê estava lá...,pude vivênciar experiências transformadoras, desde a fé cativante e motivadora da gigantesca dirigente de nossa casa, até o trabalho de amor incánsavel e incondicional das pessoas que dividem comigo a nobre arte de "cambonar" na casa.
A Umbanda meus irmãos é uma religião de entrega, de amor ao próximo, de dedicação aos orgânicos e aos inorgânicos, de cumplicidade e parceria entre dois dos muitos planos/dimensões existentes nos universo.
Quando fui convidado em Maio deste ano para participar da corrente, me perguntei: - Eu !?, mas eu nem sou médium de incorporação !, como se a Umbanda se resumisse a isso, ledo engano deste que voz escreve, ledo engano, e a entidade a quem eu me reportava...me disse: - Bota o teu jaleco branco e bem TRABALHAR !. E muito trabalho foi feito, foi realizado desde então, pois é cansativo, é sacrificante, é muitas vezes doloroso, mas imensamente recompensador ser parte de uma corrente de Umbanda, aliás é assim que as coisas realmente importantes na nossa vida são vividas não é mesmo !? com muito trabalho, com muita luta e com muita perseverânça, pois assim é a vida de um Umbandista e eu !? eu sou um UMBANDISTA com muito orgulho, com muito amor.
No próximo post, um ano de muita magia, muita magia mesmo na minha vida.
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