domingo, 24 de abril de 2016

Geburah shebe Chesed


Ao amar nossos filhos, nossos irmãos, nossos pais e nossos amigos, nossos conjugês estamos sendo disciplinados e tendo discernimento ?


Essa pergunta provocativa, que faz parte da meditação de hoje, nos remete à algo um pouco mais profundo: até que ponto cedemos em nome do amor ?


Na criação de um filho sempre teremos o velho dilema de sermos firmes no posicionamento de regras e valores ou cedermos à certas circustâncias com o medo de que possamos estar ferindo a liberdade de expressão deste pequeno ser, que como nós, também tem o direito à exercitar sua liberdade de escolhas e raciocínio ?


Esse dilema, acredito eu, é vivido por muitos pais (pais e mães) que trabalham incessantemente (de 10 à 12 horas por dia) na busca de trazer mais "conforto" e bem estar à sua familia, ocorrendo muitas vezes o contrário.


Nessa loucura do cotidiano, muitas vezes acabamos cedendo à caprichos de nossos pequenos ou fazendo "vistas grossas" em pequenas situações de conflito moral por estar lá no fundo de nosso coração o sentimento de culpa por nossa ausência e obviamente os pequenos muitas vezes aproveitam-se dessa situação, mas longe de jogar a culpa e responsabilidade em cima deles, longe disso. O que ocorre é que estamos fraquejando, como pais, como educadores, com a desculpa de estarmos sendo coniventes "em nome do amor".


Eis a grande armadilha !, pois para aqueles que ainda não sabem, disciplina também é amor, também é um aspecto deste sentimento tão puro e sublime, pois também é uma tarefa de um pai e uma mãe impor limites, por mais que saibamos que teremos conflitos e resistências nesta "imposição" de limites, mas podem acreditar, em sua fase adulta, eles nos agradecerão.


A consequência da negação deste posicionamento dos pais é óbvia e sem meias palavras: - Um adulto babaca será criado achando que pode tudo e à todos pode manipular e desrespeitar !. De certa maneira já vemos isso se manifestando agora mesmo, na fase de suas segundas infâncias: - Crianças egoístas, muitas vezes alienadas e geralmente desrespeitosas com qualquer pessoa que pareça excercer algum tipo de autoridade, como professores, avós, tios ou padrinhos e madrinhas.


Essas crianças representam um desafio tanto para os educadores, quanto ao mercado de trabalho futuro, pois tenderão a serem bastantes insubordinados e a não aceitarem a hierarquia de chefes ou comandos. Lógico que o desafio será também a oportunidade de criarmos novas formas de pensar a cadeia produtiva, mas ainda assim, me apego ao detalhe mais básico que penso que todo educador precisa demonstrar aos seus educandos: Disciplina é além de tudo um ato de respeito ao que está sendo disciplinado e ao que está aplicando a disciplina e longe da imagem de que precisamos ser rudes para sermos firmes, pois essa nova geração nunca vai aceitar uma imposição sem uma explicação e na bondade de uma explicação com muito respeito, mostramos para eles que sempre é possível ter a oportunidade de sermos generosos, mesmo quando nossos atos parecem ser intrangigentes, pois na verdade quem aqui de nós nunca disse isso:


- Putz !, não é que a minha mãe estava certa ?


Com carinho,


Disciplina na Bondade


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